terça-feira, 30 de outubro de 2012

Nada de haloween, nós temos o sací

Quem é o saci O Saci-Pererê é um dos personagens mais conhecidos do folclore brasileiro. Possuí até um dia em sua homenagem: 31 de outubro. Provavelmente, surgiu entre povos indígenas da região Sul do Brasil, ainda durante o período colonial (possivelmente no final do século XVIII). Nesta época, era representado por um menino indígena de cor morena e com um rabo, que vivia aprontando travessuras na floresta. Porém, ao migrar para o norte do país, o mito e o personagem sofreram modificações ao receberem influências da cultura africana. O Saci transformou-se num jovem negro com apenas uma perna, pois, de acordo com o mito, havia perdido a outra numa luta de capoeira. Passou a ser representado usando um gorro vermelho e um cachimbo, típico da cultura africana. Até os dias atuais ele é representado desta forma.
O comportamento é a marca registrada deste personagem folclórico. Muito divertido e brincalhão, o saci passa todo tempo aprontando travessuras na matas e nas casas. Assusta viajantes, esconde objetos domésticos, emite ruídos, assusta cavalos e bois no pasto etc. Apesar das brincadeiras, não pratica atitudes com o objetivo de prejudicar alguém ou fazer o mal. Diz o mito que ele se desloca dentro de redemoinhos de vento, e para captura-lo é necessário jogar uma peneira sobre ele. Após o feito, deve-se tirar o gorro e prender o saci dentro de uma garrafa. Somente desta forma ele irá obedecer seu “proprietário”. Mas, de acordo com o mito, o saci não é voltado apenas para brincadeiras. Ele é um importante conhecedor das ervas da floresta, da fabricação de chás e medicamentos feitos com plantas. Ele controla e guarda os segredos e todos estes conhecimentos. Aqueles que penetram nas florestas em busca destas ervas, devem, de acordo com a mitologia, pedir sua autorização. Caso contrário, se transformará em mais uma vítima de suas travessuras. A crença neste personagem ainda é muito forte na região interior do Brasil. Em volta das fogueiras, os mais velhos contam suas experiências com o saci aos mais novos. Através da cultura oral, o mito vai se perpetuando. Porém, o personagem chegou aos grandes centros urbanos através da literatura, da televisão e das histórias em quadrinhos. Quem primeiro retratou o personagem, de forma brilhante na literatura infantil, foi o escritor Monteiro Lobato. Nas histórias do Sítio do Pica-Pau Amarelo, o saci aparece constantemente. Ele vive aprontando com os personagens do sítio. A lenda se espalhou por todo o Brasil quando as histórias de Monteiro Lobato ganharam as telas da televisão, transformando-se em seriado, transmitido no começo da década de 1950. O saci também aparece em várias momentos das histórias em quadrinhos do personagem Chico Bento, de Maurício de Souza. Dia do Saci Com o objetivo de diminuir a importância da comemoração do Halloween no Brasil, foi criado em caráter nacional, em 2005, o Dia do Saci ( 31 de outubro). Uma forma de valorizar mais o folclore nacional, diminuíndo a influência do cultura norte-americana em nosso país. Curiosidade: - O Saci-Pererê é o mascote do time de futebol Sport Club Internacional de Porto Alegre. Bibliografia indicada: - A Lenda do Saci-pererê em Cordel - Coleção Mistura Brasileira Autor: Marco Haurélio Editora: Paulus Temas: Folclore, Cultura Popular, Lendas Brasileiras - O Saci-pererê - Resultado de um Inquérito Autor: Monteiro Lobato Editora: Editora Globo Temas: Folclore brasileiro, Cultura Popular, Lendas Filme sobre o Saci-Pererê: - O Saci Direção: Rodolfo Nanni Ano: 1951 Gênero: infantil, folclore nacional, cultura popular Resumo do filme: adaptado da obra de Monteiro Lobato, o filme mostra as aventuras de Pedrinho, Narizinho e Emília que tentam capturar o Saci e colocá-lo dentro de uma garrafa. Documentário: - “Somos todos Sacys” Direção: Rudá K. Andrade e Sylvio do Amaral Rocha Ano: 2005 Resumo: entrevistas com pessoas que dizem ter visto o Saci na região rural do Vale do Ribeira (interior do estado de São Paulo). http://www.suapesquisa.com/musicacultura/saci-perere.htm

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